quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Chefe da ONU recebe críticas por não abordar direitos humanos com líder chinês

Folha de São Paulo

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que retorna nesta quarta-feira a Nova York após uma viagem de uma semana pela Ásia, encontrará um número crescente de críticas por ter evitado discutir a situação dos direitos humanos na China durante sua recente conversa com o presidente Hu Jintao.

"Seu silêncio no assunto dos direitos humanos gerou um grave prejuízo", disse o porta-voz da Human Rights Watch (HRW), Philippe Bolopion, uma das numerosas organizações que criticaram a atitude do principal responsável da ONU.

Bolopion assinalou que a defesa dos direitos humanos é uma das principais responsabilidades do secretário-geral da ONU, inclusive em situações "politicamente comprometidas", como uma visita a Pequim pouco depois da concessão do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente preso chinês, Liu Xiaobo.

"Talvez tenha sido cortês com o governo chinês, mas não com o povo chinês", insistiu o responsável da HRW, para o qual Ban "falhou" com os ativistas perseguidos na China, que esperavam contar com sua ajuda.

O influente jornal "The New York Times" também se juntou às críticas com um editorial no qual qualifica de "silêncio vergonhoso" a atitude do principal responsável das Nações Unidas.

O jornal insinua que a decisão de Ban de evitar a situação dos direitos humanos em sua conversa com Jintao na segunda-feira passada estaria vinculada ao desejo de conseguir o respaldo da China para sua reeleição no ano que vem como secretário-geral.

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