segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Líderes africanos se reúnem com Gbagbo e pedem que renuncie

Folha de São Paulo

Líderes africanos encontraram-se com Laurent Gbagbo, da Costa do Marfim, nesta segunda-feira, para tentar convencê-lo a entregar o poder a seu rival Alassane Ouattara, em troca de garantias de "segurança."

Gbagbo, no poder desde 2000, até agora se recusa a admitir que perdeu as eleições presidenciais de 28 de novembro para Ouattara, apesar da condenação internacional generalizada e da ameaça de força para que renuncie, depois que resultados legitimados pela ONU confirmaram a vitória de Ouattara.

Quatro líderes representando o bloco Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e a União Africana encontraram-se com Gbagbo por várias horas durante a tarde, antes de se encontrarem com Ouattara no hotel onde ele está vivendo sob a guarda de soldados da força de paz da ONU.

Foi a segunda visita de três chefes de Estado africanos --Boni Yayi, do Benim; Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa, e Pedro Pres, de Cabo Verde. Eles fizeram uma primeira tentativa na semana passada. O primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, compareceu representando a União Africana.

"Viemos para ter um diálogo com vista a resolver a crise", disse Odinga a jornalistas depois que os quatro líderes saíram da reunião com Gbagbo, no palácio presidencial.

A Cedeao disse que poderá usar "de força legítima" caso Gbagbo se recuse a sair pacificamente, mas disse que as negociações por uma saída pacífica continuarão.

O gabinete de Odinga disse que ele buscaria "um acordo pacífico para a crise eleitoral e uma garantia de segurança para o Sr. Laurent Gbagbo e seus defensores."

Mais de 170 pessoas já morreram na violência subsequente às eleições. A crise ameaça provocar o reinício da guerra civil de 2002-03.

A maioria dos países africanos apoia Ouattara, com exceção de Angola. Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma proibição de viagens para Gbagbo e seu círculo mais íntimo, enquanto que o Banco Mundial e o Banco Central dos Estados da África Ocidental congelaram suas finanças.

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