quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Lula chega a Buenos Aires para velório de Néstor Kirchner; enterro será nesta sexta

Folha de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Buenos Aires pouco antes das 21h (22h em Brasília) desta quinta-feira para participar do velório do ex-presidente argentino e líder peronista Néstor Kirchner. Kirchner morreu ontem (27), aos 60 anos, de parada cardiorrespiratória.

Lula chegou na base militar dentro do aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires, mas não falou com a imprensa. O brasileiro seguiu para a Casa Rosada, onde abraçou a viúva de Kirchner, a presidente Cristina Fernández, e ofereceu suas condolências. Está previsto que ele deixe a Argentina ainda hoje às 23h30 (0h30 de Brasília).

Já chegaram ao local os presidentes da Bolívia, Evo Morales; do Chile, Sebastián Piñera; do Equador, Rafael Correa; do Uruguai, José Mujica; da Colômbia, Juan Manuel Santos; da Venezuela, Hugo Chávez; e do Paraguai, Fernando Lugo.

Desde às 10h (11h em Brasília) desta quinta-feira, o público tem acesso ao Salão dos Patriotas, na Casa Rosada, onde ocorre o velório. O corpo do ex-presidente será velado até as 10h (11h de Brasília) desta sexta-feira e, em seguida, será transportado para a sua cidade natal, em Río Gallegos (2.800 km ao sul de Buenos Aires), onde será sepultado em cerimônia privada, informou o governo.

Uma fila de vários quarteirões ziguezagueava em diferentes ruas e avenidas portenhas, com milhares de cidadãos esperando para dar o último adeus ao líder do Partido Justicialista.

O vice-secretário de Mídia, Alfredo Scoccimarro, disse que o velório, iniciado esta quinta-feira em Buenos Aires, durará toda a noite para permitir que as pessoas prestem homenagem a Kichner na Casa Rosada, a sede do governo argentino.

O porta-voz da Presidência disse também que, na sexta-feira, o caixão será levado para Santa Cruz, Província patagônica onde nasceu o ex-presidente. Segundo ele, Kirchner, que tinha 60 anos, será sepultado no cemitério municipal de Río Gallegos, em uma cerimônia íntima, que contará com a presença de Cristina Kirchner e dos filhos do casal, Máximo, 32, e Florencia, 19.

A presidente Cristina Kirchner chegou pouco depois do meio-dia com os filhos, acompanhados por funcionários, líderes latino-americanos e governadores. Vestindo óculos escuros, Cristina pousou as mãos sobre o caixão e consolou a filha.

O astro do futebol argentino, Diego Maradona, também passou no local com a namorada, Verónica Ojeda, abraçou Cristina e lamentou a perda de um "gladiador".

LONGA ESPERA

Centenas de jovens militantes permaneceram toda a noite na Praça de Maio, em frente à sede do governo, e já de madrugada começaram a formar uma fila para garantir sua entrada no velório do "Pingüino", como era conhecido o ex-presidente.

Ao mesmo tempo, demonstravam apoio ao governo de sua viúva, a presidente Cristina Kirchner, cujo mandato termina em 2011.

Enrolada em uma bandeira da Argentina, a vereadora Graciela Benítez passou 19 horas à frente da fila que dava a volta na sede do governo para ser a primeira a se despedir de Kirchner.

"Cheguei ontem às 15h10 ao lado de um grupo de militantes da Frente para a Vitória", a coalizão que levou Kirchner ao poder em 2003, disse a vereadora do município de Moreno, na província de Buenos Aires.

"Tenho muita dor, mas também tenho esperança porque estou convencida que o poder está com a presidente Cristina Fernández de Kirchner, porque Cristina e Néstor são uma só coisa", completou.

MORTE

O ex-presidente morreu na manhã desta quarta-feira depois de ser internado com urgência por problemas cardíacos em um hospital de El Calafate. De acordo coma imprensa local, Kirchner foi internado pela manhã no hospital José Formenti, acompanhado de Cristina.

Segundo a imprensa local, Kirchner sofreu uma parada cardiorrespiratória com morte súbita. O ex-presidente e sua mulher estavam desde o último final de semana em sua casa em El Calafate, na região da Patagônia. Neste ano, Néstor Kirchner já havia passado por duas intervenções cirúrgicas devido ao agravamento de seus problemas cardíacos.

Os médicos que socorreram Kirchner tentaram reanimá-lo durante 45 minutos, disseram pessoas próximas ao líder citadas nesta quinta-feira pela imprensa local.

Segundo versões de mais de uma pessoa, o líder e Cristina jantaram em casa com um grupo de amigos. Após a refeição, retiraram-se para descansar.

No começo da madrugada de ontem, Kirchner teria dito não estar se sentindo bem. Cristina então chamou uma ambulância, que chegou ao local imediatamente e, escoltada pela polícia, levou o ex-presidente ao hospital municipal José Formenti.

Kirchner chegou ao hospital com sinais vitais "muito débeis", segundo os jornais "Clarín" e "Página 12".

Neste momento, segundo o primeiro periódico, os médicos tentaram reanimá-lo com um desfibrilador e entraram em contato com o médico presidencial, Luis Buonomo, que se encontrava em Buenos Aires. Desistiram depois de 45 minutos.

Neste ano, Néstor Kirchner já havia passado por duas intervenções cirúrgicas devido ao agravamento de seus problemas cardíacos.

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