quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Liga Árabe reitera recusa em reconhecer Israel como Estado judeu

O Estado de S. Paulo

CAIRO- Os ministros árabes de Relações Exteriores destacaram nesta quinta-feira, 16, sua recusa em reconhecer Israel como Estado judeu em uma resolução aprovada ao término de uma reunião na sede da organização. As informações são da agência de notícias AFP.

"O Conselho de Ministros da Liga Árabe afirma que rechaça os pedidos israelenses aos palestinos para que reconheçam Israel como Estado judeu", informa a decisão.

Segundo responsáveis israelenses, durante as negociações diretas, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmará ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que os palestinos devem reconhecer Israel como Estado-nação do povo judeu.

Por outro lado, os ministros árabes instam "o governo americano a pressionar Israel para que congele totalmente a colonização dos territórios palestinos, inclusive Jerusalém".

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, advertiu em uma coletiva de imprensa ao final do encontro ministerial que "não haverá negociações" se a moratória sobre a construção de assentamentos na Cisjordânia, que expira em 26 de setembro, não for prolongada. "Essa é a nossa posição e a do presidente (palestino) Mahmoud Abbas", acrescentou.

As negociações diretas entre israelenses e palestinos, suspensas desde o fim de 2008, foram retomadas em 2 de setembro em Washington. Na terça, Abbas e Netanyahu se encontraram no Egito, e ontem em Jerusalém, sob mediação dos Estados Unidos.

O diálogo estava paralisado há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.

A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.

Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.

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