quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Em resposta aos EUA, Coreia do Norte promete fortalecer "dissuasão nuclear"

Folha de São Paulo

A Coreia do Norte prometeu nesta quarta-feira reforçar sua "dissuasão nuclear" em resposta à ameaça representada pelos Estados Unidos, mas prometeu jamais usar seu arsenal nuclear para atacar ou ameaçar qualquer nação.

"Enquanto os porta-aviões nucleares dos EUA navegarem pelos mares do nosso país, nossa dissuasão nuclear jamais poderá ser abandonada, deve sim é ser mais reforçada", disse o vice-chanceler norte-coreano, Pak Kil-yon, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Esta é a lição que tiramos."

"Os Estados Unidos não são defensores, e sim perturbadores, da paz", disse Pak, que depois adotou, no entanto, um tom mais moderado, ao dizer que Pyongyang continua tendo como meta a eventual "desnuclearização da península coreana... e a desnuclearização do mundo."

"Nossas armas nucleares não são um meio de atacar e ameaçar os outros, e sim uma dissuasão autodefensiva... para contrabalançar a agressão e o ataque de fora."

Ele afirmou ainda que a Coreia do Norte é "um Estado nuclear responsável" e pronto a apoiar medidas de não proliferação voltadas para o gerenciamento seguro de material atômico, "em pé de igualdade com outros Estados com armas nucleares."

Os Estados Unidos e muitos outros países se recusam a aceitar a Coreia do Norte, que abandonou em 2003 o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), como um país com legitimidade para possuir armas atômicas.

No seu discurso, Pak criticou também a "desprezível artimanha" de grandes potências que tentam derrubar regimes políticos alheios.

"Negar os direitos de outros países a escolherem seus próprios sistemas constitui em si uma violação dos direitos humanos dos seus povos", disse ele, segundo o texto em inglês do discurso.

"A Coreia do Norte é um desses países vitimizados."

O diplomata também citou o naufrágio da corveta sul-coreana Cheonan, ocorrido em março, um incidente pelo qual Estados Unidos e Coreia do Sul culparam Pyongyang.

"A verdade é que o incidente do Cheonan ainda está encoberto", afirmou.

Em uma crítica às recentes manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, Pak alertou Seul a "não criar tensão na península coreana ao realizar exercícios de guerra com forças do exterior e buscar uma abordagem de confronto."

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