O Estado de S. Paulo
TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ordenou nesta segunda-feira, 16, a aplicação da lei aprovada no Parlamento que proíbe o governo de fazer colaborações além do marco do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A legilslação prevê a continuação do enriquecimento de urânio ao nível de 20%. Mais cedo, o governo anunciou que iria ampliar a construção de usinas nucleares no país.
Segundo a agência pública iraniana de notícias Irna, esta lei obriga a rejeição de qualquer colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que esteja fora do escopo do TNP.
A lei, aprovada recentemente pelo Parlamento iraniano, também obriga o governo a manter as atividades de enriquecimento de urânio a 20% "para produzir combustível nuclear para o reator científico de Teerã".
Além disso, o artigo 4 dessa lei pede ao governo represálias contra qualquer país que inspecione os navios iranianos em cumprimento das novas sanções internacionais contra o Irã.
Também nesta segunda-feira, o chefe da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA), Ali Akbar Salehi, anunciou que o país estabeleceu mais dez locais para construir novas usinas de enriquecimento de urânio e que o próximo complexo deve começar a ser erguido em março de 2011.
Entenda o impasse
As potências ocidentais acusam o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas. Teerã nega tais alegações.
As tensões sobre o programa nuclear iraniano se acirrou no final do ano passado após o Irã rejeitar uma proposta de troca de urânio feita por EUA, Rússia e Reino Unido. Meses depois, o país começou a enriquecer urânio a 20%.
Um acordo mediado por Brasil e Turquia para troca de urânio chegou a ser assinado com o Irã em maio, mas o Conselho de Segurança da ONU optou por impor uma quarta rodada de sanções ao país.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
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